blog do curso de Comunicação Empresarial do ISCAP
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quinta-feira, 31 de maio de 2007

A importância de uma pequena conversa

Não é à toa que se conversa. Talvez a maior parte das conversas que temos sirvam, efectivamente, para transmitir uma mensagem. Digo isto porque muitas das que tenho fazem-me duvidar da efectividade de transmissão do texto. Sei que isto é uma "heresia" em termos comunicativos mas não consigo deixar de o pensar. Ainda hoje tive uma graaaaande conversa que resultou em menos que nada. Creio que foi o que se pode chamar uma conversa de surdos. Ou talvez se trate mesmo do que estivemos a discutir, relacionado com a pragmática conversacional - aquela coisa em torno da metalinguística, aquilo de "sintonizar" as cabeças e as sentenças. Pensando bem, talvez os teóricos tenham alguma razão.

Adiante. Temos conversado acerca da comunicação e, dentro desta, de canais ascendentes, descendentes, temos andado a ver do que se trata, afinal, de enviar textos dentro de uma empresa, para o nosso público interno. Falamos de conceitos diversos, afloramos o endomarketing e, na realidade, tudo não é senão uma simples coisa: a necessidade de nos fazermos entender.

Mas é fazermo-nos entender que não é tão simples como isso. Quantas vezes dizemos que "Fulano não compreendeu o que eu lhe disse"? Na minha opinião, essa pergunta, por si só, é falaciosa. Tenho por norma nunca perguntar "percebeste o que te disse?", mas sim "Fiz-me entender?". É diferente.

É que, vendo bem as coisas, se alguém não compreendeu o que eu lhe transmiti, é por um único motivo: porque eu não expliquei bem. Podemos mesmo estar a tentar explicar algo a uma criança ou a alguém completamente ignorante, até mesmo a um indivíduo com algum tipo de anomalia psíquica. A minha opinião é que, uma vez mais, se ele não entendeu é porque eu não me fiz entender. Daí a famosa expressão "Explica-me isso como se eu fosse muito burra" que andou a circular numa campanha publicitária.

As empresas têm a sua visão, a sua missão, a sua estratégia. Fazem o seu planeamento. Tentam transmitir todos esses conteúdos ao trabalhador por meio das mais diversas ferramentas. No entanto, continuamos a verificar falhas de interpretação e a consequentes quebras de produção, volume de vendas, etc. Tudo porque, aparentemente, "o pessoal não conseguiu interiorizar" as expectativas.

Neste sentido, a comunicação é quase um valor em si. É incontornável na criação de valor para a organização onde se desenvolve e que desenvolve. É imprescindível para a consecussão de resultados óptimos para a organização e para os seus trabalhadores.

Lamentavelmente, está ainda longe de ser considerada como o deve ser.

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